Quase todos os internautas nacionais já devem ter-se deparado com o pop-up do NONIO.
É uma “funcionalidade” que pode gerar irritação, desconforto, tristeza ou frustração nos utilizadores. Por esse motivo, partilho uma forma simples de como evitar o pop-up do NONIO sem ter de bloquear ou instalar seja o que for.
O que é o NONIO?
(ou veja já a solução)
O NONIO (ou NÓNIO, já que os criadores não se decidem no próprio site) define-se como “uma plataforma tecnológica única criada pelos maiores grupos de comunicação do país, para lhe oferecer conteúdos personalizados com mais segurança e qualidade”.
Um pouco vago, não..? Felizmente o Shifter elabora e informa-nos que o NONIO é uma “promessa que parece boa se não tivesse outra promessa subjacente: com o Nónio, os órgãos de comunicação social querem recolher o máximo de dados possível dos leitores com vista à venda de publicidade mais segmentada – aka “melhor publicidade”.
Ou seja, para aceder a conteúdo nas plataformas aderentes temos de efectuar um registo. Neste são-nos solicitados dados pessoais como email, nome e apelido, telefone (embora facultativo), data de nascimento e género (onde as opções são, infelizmente, “Homem” ou “Mulher”).
Como evitar o pop-up do NONIO
É bastante simples, no fundo:
1. Abrir URL/página com o NONIO
2. Parar o carregamento da página rapidamente (botão ⌧ ao lado da barra de pesquisa, geralmente ocupa a mesma posição do botão para refrescar)
Pode acontecer que não sejamos rápidos o suficiente para evitar que a página carregue o pop-up assim que a visitamos.
Por esse motivo, habitualmente abro a página e das duas, uma: ou volto à página anterior, ou visito outra para poder retroceder, e ao regressar à página com o NONIO, carrego no botão parar.
Exemplo de como parar a execução do pop-up NONIO no site do Diário de Notícias:
É quase uma brincadeira de crianças, e conseguir evitá-lo é apenas questão de se apanhar o jeito.
O NONIO gerou desde logo muita contestação¹ (e com razão). E quando algo simples funciona mal a este nível e põe em causa a privacidade dos utilizadores com fins lucrativos, está a ridicularizar a própria audiência.
Se o pop-up é tão simples de evitar e foi implementado de forma aparentemente tão preguiçosa, há que questioná-lo: para que serve, quais os benefícios acrescidos que traz aos utilizadores (em troca dos seus dados).
Caso não traga nada de substancial aos utilizadores, porque é que alguém tem de se registar no NONIO?
Não podemos argumentar que um órgão de comunicação social não pode suportar os seus custos através de publicidade. No entanto, talvez não devamos defendê-lo “tapando os olhos” à forma como isto é levado a cabo.
Não é tanto sobre “o que é feito”, e mais sobre o “como é feito”… E da forma como o NONIO foi concebido, é desnecessário e injusto para a pessoa que consome os conteúdos destas plataformas.
¹ Embora no site vinculado se mencione o jornal Público, o mesmo abandonou a rede de entidades associadas ao NONIO em Dezembro de 2019.
Imagem no cabeçalho: Jesús Rocha via Unsplash